quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Poesia vira



Um olhar magnifico.
Magno montar cores compostas.

Não procuro saber do passado.
Não sei do, nem dó.
Não no passado.
Não em saber.

Sim há não haver respostas.

Não procuro, não saber.
Não ilustro sim causado,
Comporto pessoa,
Malograda, etérea.

Poesia já se perdeu.

Não adianta mais remexer
Seu lixo, nem os outros.
Nessa chuva, nesse medo,
Não perdi nada.

Em não inspirar, o que sou eu,
Me foi roubado um cravo.
Esse eu curado, tanto quanto
Passado.

Tanto eu sei, com seus:
Plural desse deus.
Extensão branca, una,
Rica, escansão.
Canção languida.
Coroado na furia
Cria sutilmente
Um passado.
Não menos meu que
O som latente do não.

Sem contar dores:
Não há respostas.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Grego mata!!!


Não me pegue a carne,
Grego maldito!
Não quero seu,
Muito seu,
Complexo vil.

Deixa meu “om”.
Meu alter cerne.

Cago para ti!
Ages na gafe,
Nas nossas.

Estás fodido,
Mas ainda rico.

Deixaste um rombo,
Claro fim, do seu outro
Sem acabar, no entanto.

Indiferente,
Ages no garfo.
Dionísio escroto!

Não me peças a alma,
Greco-romano imbecil!
Nunca serás bendito
A tê-la.

Claro, evidente
Não tens nada.
Ages na faca,
Pois é o que resta:
Cultura podre.

Nunca sai de mim
Morte-ocidente.
Que pena.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Colorido pedalar



Colorido esse vento
Triste lágrima que toca.
Toca o asfalto,
Cobre, ferro, cobalto.

Peito engasga.

É tanto vento,
E tão pequeno
Esse Davi,
Que me calo
Completo assim
Por não sentir.

Lágrima já não chora
Peito já não cala
Asfalto de ferro.
Pequeno e completo
Já não é Davi.
No meu puto andar
Há, e como há,
Esse olhar de quem
Já viu o devir.
Mas as vezes se perde.

E como perecer?

Natureza essa que tem
Velocidade morosa
De quem já correu.

Mas quem conhece a luz
Nunca se perde.
Camelou meu mundo
Me fez andar e correr.
Inerte, me conduz.
Me acostuma,
Ao fugaz
Mais que me diverte
Ela ama.
E mais que isso
Me ilumina.

Flores*

Olhe as flores
Olhe meus joelhos,
Sinta minhas mãos:
Que sinistra beleza

Conto o que foi
Que vai passar.
Olhos tristes, seremos.
Mãos fortes e somos.

Vejo seus olhos.
Só tens dor e desespero,
Amargura não.

Carregam-te flores
Para te salvarem
Elas veem seus olhos,
Sentem suas dores
Mas não fogem,
Só choram.

Crês, que voaram.
Já não sentes o peso.
Seus olhos tristes
Olham as flores.
Mas não vê o louco
Pesar da alma.
Cores
Te levam e sempre.

*Esse poema foi feito para esse mural de Diego Rivera

domingo, 26 de junho de 2011

Passo não dado

Arte vem do sim
Vem em si
Conviver contigo
Afirmar o falso
Magnificar o passo
Que ainda não dei.

Sei, ao mesmo tempo
Não.
Neguei o não
Para tentar
Fazer.
Mas só consegui
O triste.
Será isso bom?
E quem disse não?
Abraçar a dor
Tomar ela nos braços
Fazer dela filha
E mata-la.
Numa fugaz
Experiência
De uma vida inteira

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Copio mudo


Abraçar o mundo
Me dizes
E te digo:
Carrego-o.
Contemplo vivaz
Coisas que nunca mais,
Serão minhas de novo.

Ato-me ao mundo
Vivo cada si
Como um dó sujo
Com dó de mim
Completo em si
A arte vulgar.

Mas a musica é tão bela,
Tão puro violino,
Que me calo.
Menino do meu senhor.
Imagem perdida,
Num pleno crivar
De olhos
Em algo intocável.

sábado, 4 de junho de 2011

Milton

Tudo que há pra ser
Nesses tambores.
Onde não há sonhos,
Mas dores.

Nessa vivenda,
Conter e saber,
É mais que vida
Pois no final,
Cada infinito
É sempre contido
E inseguro.
Precisa-se de força.
Essa que canta
E não para
De emocionar.
Precisa-se dele.

De poros
Do criar,
Fez-se inventar
Tal força.

Como há de ser
Tão natural?
Virar a alma,
Encrustar
Nesse convívio,
Ponte divina
Entre o belo
E o nada mais.

Esse bonito,
Gesto seguro
Onde tudo é certo.
Mais ainda
Quando o vento
Cantar.
Murmurando vozes,
Cerrando tempo
Enchendo o morrer
De beleza e som.
Não há que se temer
Sempre criará,
Sempre milton.

domingo, 29 de maio de 2011

Crtl+N

Será o vento
Que me tomará?

Nesse dia
Em que ser,
É simples estar.
E quem esquece,
Sabe do vento,
Que morrer-se-á.

A cada conhecer.
Na hora dos minutos
No breve par
Dos segundos vãos.
No entanto,
É simples ao mar
Conter o olvido
Entre sins e nãos.

E assim jamais
Entristecer,
E ser permitido,
Pelo que perece,
À não escolha,
Mas ao destino.
Negando o não
Mas não
Logrando o sim
E sim o talvez
Do acaso em mim.

Nunca

Ou verbo, ou pronome.
Nunca pensamento.
Signo esconde,
Língua oculta.

Pensamento longe.
Distante do empenho.
Fora do procurar
Congelado e vil.
Perto do achar
Talvez infantil.
Nunca o pensamento.

Contemplo sonhos
Com olhos
De insônia.
Procurar quer paciência,
Olhar e não ver
Escutar
Só escutar.
Contento,
Só quando achar
O que não busquei.
O nunca do pensamento.

Se já o achei,
Morte em fim,
Porque procurei?
Ficando em si
Lapso de tempo.
Nunca assim
Mesmo assim.
Palavra, língua e signo.
Eu que soube ser.
Na poesia, tento
E não consigo,
Negar o pensamento
Pra te criar;
Ó pensamento do nunca.

sábado, 28 de maio de 2011

Ao pó

Paragrafo, ponto e vírgula.
As coisas pararam,
Em mim as prendi.
Espaços se acabaram.

Não se faz guerra em si
Se o faz, preso ficas.
Em sentido só
Verdadeiro.
E sem sentir o só
Permanecerás
Assustado e só.

Só é o homem,
Não se pode escapar.
Com nome e telefone,
Mas, permanecerás
Só,
E sempre só.

As coisas voltaram
E lancei ao ar.
Palavras tornaram,
Mudanças em pó.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Começar

Tenho que criar
A vida em si.
Pensar no fim
Sem amargura,
Fazer de mim
Apenas pura,
Percepção vazia de
Um pensamento,
Vento, vento e cura.

A viver é preciso ser
Como se é.
Não pretendo
Sabedoria,
Apenas magia do presente.
E o que me segura
Nesse universo
É um destino que é meu
Mas me é ausente
Pairando, libélula,
Em curva
De um passado e
Futuro homérico.

sábado, 7 de maio de 2011

Será


Meu corpo treme
Consenso suave,
Entre  cores
Que não vejo.

Entendo o leve
Marejar das flores.
Temo quem teme
Medo de nada
Corte de tudo
Ou é, ou será.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Isso



Que chata a vida
Quando tem nexo,
Direção.
Sentido.
Tudo isso,
Sem seus opostos.
Vivaz impulso que
Mata a mim
E me nasce a cada
Estrela cinza.
Colhendo o nada
E semeando vazio.
Preciso ser
Pra descobrir meu impulso.
Meu.
Seu.
Nosso sentir
Meu eterno devir
Ou então nada disso.

Vida privada



Conto-me a ti
Mas me privo
De você.
Pois me polui
Quando,
Me conduz,
À draga do
Coletivo.
Enfim, quando
Me digo,
Não me possuis
É porque vivo
Sem amigo,
Ou casa.
Só preciso
De Davi.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Egoísmo

Peça por peça
Quebro o conto
Não narro
Me torno
O que nunca fui
Me vejo no céu
Quanto atingi.
Mas tenho medo.

Como temer
O que me torna
Simples saber
Simples eu sei
Que estou a caminho.
Do que eu não sei
Só sei que devo
Seguir desviando
Desse mundo
Coletivo e solidário
Tornando-me
Risonho e mudo
Escutando água
No calcário.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Engodo



Me empolgo em nostalgia
Não rimo a dor
Não viro o que sou.

Mas desse concerto
Pequeno de hipocrisia
Faço minha senda
Em alameda
Que somente
Me desenha.
Que não me deixa pregar.
Fortaleza faz-se meu enigma.
Mistério e sorte
Verdade não me basta

Engendro magia no acaso
Passo de franqueza
À poesia insincera
Num salto mortal
Que precisa
Ser coberto
E natural.
Descubro o sentido
E jogo fora
Quantos foram
Que sonhei?
Muitos e feios.
Não há sonho.
Somente devaneios

sábado, 29 de janeiro de 2011

Sóbrios

Entrar em contato
Com esse pensar.
Esse penar pesado,
Voar passado.
Troco apressado,
O vigor intocado,
Pelo presente no ato.


Copio o mundo
Na minha vista.
De pleno e simplista,
Sentimento de só andar
E nada procurar.
Apenas mudo
Ao que passar

Sou disforme
Volto, conforme
Plano nesse âmago
Douto engano
De viajar em olhos
Lindos e sóbrios
Plano vem
Estragar o ninguém
Que sou eu.


Livre

Vivo um sonho
Mas não é a vida devaneio?
Não é caro o tempo
Tempo pelo esteio
Certo vetor enraizado

Morto em gotas
Vivo em moldes
Pequenas porções de liberdade
Vivo só como nunca

Estrela no firmamento
Pertenço sim à memória
Lindo sentimento
De ficar só
E estar unido
Quando só, somente
Pertencer a outrem
E a mais alguém 



93011166, Martin Puddy /Stone

Monte de risos


Cada vez percebo
Que não devo perecer
Pelo o que lhe pertencer

De certa forma sou
De outras tantas não
Mas como me devo
Banhar nesse lago?
Se não leio a vida
Como um erudito

Nada posso carregar
Pois a cada segundo
Morro
Viro monte e rio.
Rio do destino
Que se apresentar.
Meu fino romance
Com beleza impessoal
Não me traz vivencia
Mas me silencia
Diante de um sonho
Que custa acabar

Correr no rio

Volto como quem corre,
Mas descanso
Enquanto ando.
Não tenho pressa
Sede eu tenho de porre.

Volto ao mundo agora.
Nunca me fugi dele,
Nem em meus delírios.
Nem em paradoxos.

Como é belo andar
E não correr na vida,
Já corro tanto.
Agora me atiro no mar
Com o ultimo tiro.
Com espanto.
Morro sabiá.

Acabo de acordar.
Não sei de nada.
Não tenho medo.
Vou me meter na mata
Correr no rio
Mas sem correr
Só andar.
Já corro tanto.

Pensar aqui
Sozinho
Sendo colibri
Movendo montanhas
Ausência,
Não sentindo
Parte de mim.
Mas o todo.


quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Menino

Não perco a visão
De um todo.
Nos olhos do não,
De tudo que sou:
A eterna transição.

Pudor extinto,
Predito de novo,
Menino caído
Que não tem socorro,
Só é isso:
Menino caído.

Chorar não tem sentido.
Abjeto e tátil.
Cumpre sua função:
Nunca.

O coração sente hoje.
Mentira.
Como sentir,
Se isso significa olhar
Pra si?

Sentir é descontínuo
Não permite nada
Não lhe tira vida,
Mas, não permite nascer.
Vida sem morte
Não é belo
É apenas sapê.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Epifania

Agora não deixo de voar
Não coloco ponto
Em frase inarrável
Somos ao mesmo tempo
Demônio, fogo e deus
Beleza, triste poetisa

Quero tudo que tem medo
De me pertencer.
O fácil, o hábil impuro
O inato à natureza,
O metafísico aro,
Do mar que me cerca
Habitando no meu vazio
Rechiando minha solidão
Formando miscelânea. 
Tirando beleza formada
No meio de epifanias

Quero todo mundo
De forma intensa.
Correio puro.
Todos podem me oferecer tudo.
Quero amar o ninguém e
Desejar todos.
Amo a beleza no que vem.
Sou de todos e de ninguém
.

Louco louco

Andar pelo mundo
Como um sonho louco
aprisionar em mim o todo
falo pouco
mas nunca deixo de ser

Mas o pouco que somos é muito
Perto desse mundo
Que nos enche
De unidade e correnteza 

2+2=8

Como dois e dois são oito
Tenho certeza do futuro
Não ter certeza por inteiro
Pesco no ar a beleza de cada dia
Deixo a loucura senil
Me tomar assim
Indo a mil
Voando parado no meu canto
Sendo assim gentil
Com algo que,
É meu, entretanto
Tantas vezes não me foi.


A cada instante nascer  
Sem querer nada
Mas, tendo tudo
Em mente
Sempre.
A poesia me encerra.
Do meu instinto
De acordar
E resolver ser Davi.
Todo o mundo quer e procura
Sem saber q a beleza reside
Em descobrir sem querer

Devir

Amigo mesmo não tenho
Sou sozinho
De senso.
Vulnerável e passarinho
Isento de desejo
Em plena queda,
Ainda não a vejo.
Já não há nada
O que enxergar.
Coisa que não tenho
É onde morar.
Simplicidade de pensamento
Foi só que me restou
Livre no caminho.
Com a passada do vento
Morreu também meu ninho
Minha ultima pena voou
Porque a tristeza
Vem sempre nesse vento
Que me traz, intenso,
O que ficou.
E o que
ainda vai ficar
Fico sozinho.
Morro sozinho.
Eu passar por “inho”

Existe?

Volto a ti
Como quem não consegue
Desfazer-se de um passado
Que segue

Pereço de saudade
Que não existe.
Como posso sofrer dores
Que dizeis?

Morrer de morte
Que não existe?
Sofrer de sorte?
Sorte não é feliz pra mim
Beijo a flor
Que é só o que sei
Completo-me com elas
Coisa que nunca fiz comigo

Só um sonho

O sonho que tive
Não foi sonho
Foi devir

O pequeno presente
É presente e não futuro.
Eu juro
Que sou gente
E sou insensivel

Sou pequeno
E desprezível
Não amo ninguém
Sou a sorte