sábado, 8 de março de 2014

Canoro


Esta terra tão bela,
Esse chocar do ovo;
A percepção congela.
Um andar sem fim,
Faz-me caminhar de novo.
  
Esse frio no braço,
E o conter-se em mim,
Me leva de encontro ao poder.
Ah! Aquela saudade,
Ah! Aquela fácil rima.
  
Não importa mais,
Nem nunca importou.
Eu apenas não sabia.
  
Minha tristeza é passageira,
Minha dor é ínfima.
Quando o canoro canta
A alegria regozija
E o pássaro afável
Voando alto, mudo,
Diz este poema:


Morra um minuto por vez.
crie seu tempo,
Voe seu tempo:
Um instante aqui,
outro a flanar.
Embebido em frutas
Aproveite o poder,
deixe tudo isso,
morra isso, amigo.
Aprenda a deixar.
Voe rápido o tempo.

Voa mais alto, meu amigo
Voa em mim, voa no rio.
Entre as palmeiras,
mas também entre os versos.
Canta o teu vôo,
Conquista as palavras,
Torne-se seu e da terra.
Avermelhe-se, 
aquiete o céu nas suas asas,
Sinta a alma nas penas.
Se livre das penas.
Livre das dores,
livre em voar.


Veloz o canoro voa.
Livre, ele se desfaz.
Seu bico, sua garra.
E no fim suas penas.
Depreendido e à vontade,
Ele vive sem penas,
Libertado e alegre apenas.

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