terça-feira, 9 de outubro de 2012

Utopia



Cambaleante andas, amigo.
Já não olhas, altivo, a praça:
Diante do sol paraste.
Para quê?

Seus belos tornozelos
Pulsam na terra desocupada;
Não há mais nervos.
Diante do sol ouviste.
Para quê?

Seu tempo se desfez
seu momento envernizou, secou
no sopé de outra marca.

Terra na unha, do dedo uma raiz.
Acompanha o fel da aurora.
Com tímidos grãos de pólen.
Diante do sol escapaste.
Para onde?

Não tens onde ir.
Dormindo não notaste
Que tua terra é de ninguém.
Que esta soa nos vidros,
Contorna o natural
como é desesperado os cantos noturnos
como pesan estés momentos.
Terra de ninguém.
Soa terra!

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